Devido às restrições religiosas, a arquitetura islâmica se destacou como uma das poucas formas artísticas que se desenvolveram no mundo árabe. Descubra mais!
Os edifícios religiosos, como templos e outros, são os exemplos mais conhecidos da arquitetura islâmica, já que sua evolução geralmente gira em torno da fé.
A arquitetura foi uma das artes que mais progrediu nas comunidades que aderiram ao islamismo. Isso ocorreu porque as limitações para retratar figuras humanas e animais, baseadas em crenças religiosas, limitaram a prática de pintura, artesanato e escultura.
As mesquitas são as principais expressões da arquitetura islâmica, estruturas construídas para a realização de preces coletivas para a população.
Em seguida, faremos um resumo geral sobre esse tipo de arquitetura. Vamos discutir aspectos históricos, particularidades, categorias, contribuições e exemplos notáveis. Fique ligado!
Histórico sucinto da arquitetura islâmica
Os templos da arquitetura islâmica, como o santuário Caaba, têm características marcantes (Foto: Ali Mansuri)
A arquitetura islâmica foi documentada pela primeira vez no ano de 630. Foi nesse período que a força militar do líder religioso Maomé tomou a cidade de Meca, rejeitou os deuses pagãos e proclamou um único deus, Alá.
Com a imposição de uma nova religião àquele povo, Maomé ordenou a reconstrução do santuário Caaba. O projeto foi realizado por um carpinteiro etíope náufrago, constituindo-se num dos mais destacados exemplos da arquitetura islâmica.
Durante o século VII, as forças muçulmanas conquistaram vastas áreas e, de acordo com a tradição religiosa, sempre que um novo território era conquistado, era necessário construir um novo templo.
A arquitetura dos templos é frequentemente inspirada na residência do profeta Maomé. Este é o modelo para a edificação de mesquitas ou para a modificação de igrejas que já estavam presentes nos locais antes da conquista muçulmana.
O profeta Maomé iniciou a arquitetura islâmica ao conquistar Meca (Ilustração: Biblioteca Nacional da França)
A morte de Maomé, em 632, introduziu novos elementos na arquitetura islâmica, incorporando elementos romanos, egípcios, persas e bizantinos. Contudo, as bases obedeciam às orientações estabelecidas pelo profeta.
Principais traços da arquitetura muçulmana
A arquitetura islâmica possui características e traços bem distintos, tais como cúpulas, colunas, abóbadas, janelas e arcos.
Esses elementos são encontrados em construções grandiosas, como as mesquitas, e também em residências de menor porte, como as residências dos emires.
As casas populares seguem os mesmos padrões, porém com uma sofisticação bem menor, especialmente no que diz respeito à decoração.
Vamos discutir brevemente cada um deles.
2. Cúpulas
As cúpulas são frequentemente encontradas em templos islâmicos. Eram fundamentadas no formato das conchas e exigiam a execução de cálculos complexos para serem executadas.
Colunas
Outra característica marcante são as colunas, que desempenham um papel vital nessas construções. Normalmente, elas apresentam capitéis, laços e arcos de madeira, conferindo um caráter exclusivo às obras islâmicas.
Abóbadas
As abóbadas estão presentes tanto no interior quanto no exterior das construções islâmicas.
Geralmente, os oratórios construídos no interior das construções são conhecidos como mihrab, e nada mais são do que espaços individuais para a oração.
Por outro lado, as abóbadas externas eram erguidas nas entradas e terraços dos palácios dos líderes espirituais ou templos.
Janelas
As janelas constituem um componente frequentemente presente na arquitetura islâmica. Frequentemente, são perfuradas e decoradas ou cobertas por vitrais.
Há também duas categorias de janelas:
As mashrabiyat qamariah, ou redondas, e as mashrabiyat shamsiah, também conhecidas como solares, são classificadas.
Arcos
As primeiras referências históricas encontradas nos estudos de arquitetura islâmica são os arcos pneumáticos. Estão constantemente presentes nos templos, especialmente nos países do Oriente Médio.
Diferentes tipos de mesquitas na arquitetura islâmica
Robert Hillenbrand escreveu um livro sobre os tipos de mesquitas na arquitetura islâmica (Foto: Ebay)
As particularidades da arquitetura islâmica foram até transmitidas para outras regiões do mundo, porém geralmente voltadas para os santuários religiosos.
Por exemplo, o emprego de cúpulas e arcos foi uma técnica incorporada pelos arquitetos europeus e amplamente empregada na edificação de igrejas cristãs.
Vários modelos de mesquitas na arquitetura islâmica são distintos.
Robert Hillenbrand, um pesquisador de renome no islamismo da Universidade de Edimburgo, publicou um livro intitulado Islamic Plan.
No trabalho, ele categoriza a arquitetura muçulmana em três tipos de mesquitas. Compreenda cada uma!
Mesquita árabe
Normalmente, as mesquitas árabes possuem um amplo pátio e um santuário coberto, que pode ser arrojado ou plano. Adicionalmente, o teto é frequentemente apoiado por galerias ou colunas, que são espaçadas.
As mesquitas iranianas se destacam de outras formas por possuírem um pátio com um pórtico de grande envergadura e coberto.
Normalmente, a área exposta se volta para uma praça, enquanto as paredes e cúpulas exibem desenhos geométricos e centros de interesse bastante vibrantes.
Mesquita otomana
Também conhecida como otomana, a mesquita turca se distingue por sua ampla cúpula, apoiada por pilares. A área externa também é mais discreta, sem muitos centros urbanos vibrantes.
Modelos célebres da arquitetura islâmica
Agora que você tem um conhecimento mais aprofundado sobre a arquitetura islâmica, vamos discutir alguns exemplos famosos que apresentam as características mencionadas anteriormente.
Santuário da Rocha
O Domo da Rocha chama a atenção por sua grande cúpula dourada (Foto: Andrew Shiva)
O Domo da Rocha é uma construção situada no Monte do Templo, no centro histórico de Jerusalém.
Ele foi erguido entre os anos de 685 e 691 e possui uma imponente cúpula de ouro, um dos destaques mais notórios da cidade.
O bairro selecionado para a edificação é o local onde profetas como Abraão e Jacó teriam iniciado os rituais nos cultos judaicos. Por outro lado, o nome foi originado de uma grande pedra circunscrita utilizada em sacrifícios.
O Domo da Rocha foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1981.
O Taj Mahal é uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno (Foto: Asitjain)
Taj Mahal
Taj Mahal, também conhecido como Taj Mahal, é um monumento localizado em Taj Mahal.
O Taj Mahal, anunciado em 2007 como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, é sem dúvida uma das construções mais famosas ao redor do mundo. A construção ocorreu de 1632 a 1653, em Agra, na Índia.
O projeto é todo caracterizado pela arquitetura islâmica, incluindo uma cúpula costurada com fios de ouro. O prédio ainda é flanqueado por duas mesquitas e circundado por quatro minaretes, que funcionam como uma torre.
A cúpula da Grande Mesquita de Santa Sofia é característica da arquitetura islâmica (Foto: Pixabay)
Santa Sofia
A Grande Mesquita de Santa Sofia, situada em Istambul, na Turquia, foi erguida pelo Império Bizantino entre 532 e 537, com o objetivo de estabelecer uma catedral para a comunidade de Constantinopla daquela época.
A grandiosa cúpula do templo é o que melhor caracteriza a arquitetura muçulmana. Ademais, ela conta com colunas de granito de aproximadamente 20 metros de altura e 1,5 metros de diâmetro.
Algumas dessas peças foram retiradas em Baalbek, no Líbano, e transportadas até a região próxima por determinação do imperador Justiniano.
A Mesquita Azul recebe esse nome porque toda a decoração é feita em tons dessa cor (Foto: Pixabay)
Mesquita Azul
A Mesquita Azul, também conhecida como Mesquita do Sultão Ahmed, foi erguida em Istambul entre os anos de 1609 e 1616.
A construção foi motivada pelo desejo do sultão, que desejava um templo de adoração maior do que a Grande Mesquita de Santa Sofia, situada ao lado.
A denominação “Mesquita Azul” alude aos belos mosaicos azuis de Iznik, abundantes na área. O interior também é decorado com azulejos azuis e apresenta grandes vitrais na mesma tonalidade.
Também se encontram presentes colunas e domos, como na maioria dos exemplos de arquitetura islâmica.
Sem dúvida, a arquitetura islâmica deixou suas marcas na história. Os traços ainda podem ser observados atualmente, sobretudo em templos religiosos ao redor do globo.
Entender o estilo pode ser uma fonte de inspiração, especialmente para decoradores e arquitetos que buscam incorporar alguns elementos em seus projetos.
Que tal expandir o mercado para além dos países islâmicos e aprender mais sobre a arte mundial? Sugerimos que você leia nosso artigo sobre a Semana de Arte Moderna de 1922. Estamos confiantes de que será uma leitura prazerosa!
Nosso artigo foi inspirado no, Arquitetura islâmica: construindo e vivendo em nome da fé
Rose Brands é uma entusiasta de histórias, arquitetura e culturas, dedicando-se a explorar e compartilhar a rica tapeçaria da experiência humana. Fascinada pelas narrativas que edificações e tradições culturais carregam, ela estuda diferentes estilos arquitetônicos e culturas globais. Seu entusiasmo inspira outros a apreciar e preservar a herança cultural e arquitetônica da humanidade.